sexta-feira, 28 de junho de 2013

Apresentação

Como primeira postagem, quero deixar aqui registrado que este blog, embora esteja sendo formalmente inaugurado hoje, dia 28 de junho de 2013, não deixa de estar inserido numa linha de continuidade evolutiva, cujo início se deu no dia 17 de maio de 2011, quando então criei o blog 'Destrurir'. Portanto, trata-se de um trabalho de publicação intelectual que possui uma origem não tão repentina como talvez parecesse. Essa origem expressa, pois, todo um caminho traçado por um sujeito e suas idéias, os quais, em um vivo e árduo processo, foram se desenvolvendo ao longo desses últimos dois anos e pouco.

Nesse último blog, minha intenção era, basicamente, apresentar textos que tratassem do âmbito político e cultural do Brasil, a partir de uma perspectiva independente e sem apelo a matizes ideológicas e partidárias. Sobretudo, havia um tom niilista na abordagem dos problemas, o que explica inclusive o título 'Destrurir', um neologismo que liga os verbos 'destruir' e 'rir'. Assim, dava a entender que minhas análises teriam um sentido de crítica social, de um demolidor ataque a certos consensos estabelecidos nessas plagas, e isso através da sátira, do deboche e do humor politicamente incorreto (que sempre prezei e ainda prezo como elemento indispensável à liberdade de expressão).

Mas, conforme o tempo ia passando, ficava cada vez mais claro que, se havia um fenômeno cuja presença se mantinha constante em quase todos os alvos das minhas críticas, era a cultura esquerdista como um todo. Devo dizer, no entanto, que nunca me preocupei muito em aderir a facções ideológicas, seja de direita ou de esquerda. Quero dizer, nunca cultivei esse tipo de insegurança pessoal que obriga o indivíduo a se amparar em grupos e panelinhas a fim de se sentir acolhido, pertencido e protegido pelos seus "iguais".

E mesmo essa abordagem que distingue direita e esquerda sempre me pareceu um tanto vazia, como uma espécie de vício de linguagem, como uma certa distração para os verdadeiros problemas a serem tratados, como uma camada grosseira que estaria encobrindo o sentido real das disputas políticas. Eu estava muito mais preocupado com a estrutura da realidade em si, na qual os agentes podem cada qual se utilizar das máscaras que bem entendem como necessárias ou convenientes aos seus projetos, mas não podem esconder sua própria essência, ou seja, não podem nos enganar acerca das feições reais por trás das máscaras, e que caracterizam a natureza singular das ações objetivas desses sujeitos.

Depois de pesquisar afundo uma série de assuntos relacionados a política, história, filosofia, religiões, mitologias etc., pude chegar a muitas conclusões diferentes: algumas duraram um breve período até serem logo substituídas por outras; algumas precisaram de aperfeiçoamento; algumas foram completamente descartadas; algumas, embora se revelassem problemáticas, ao menos deixaram sementes de grande valor e utilidade; e, finalmente, algumas dessas conclusões se mantiveram de pé, altas e rígidas como um tronco maciço que não cede a nenhuma tempestade. A tempestade, no caso, é a própria confusão do cenário cultural e político em que vivemos, onde o sentido de quase tudo se perde, se mistura, se corrompe. Mas nunca me esquivei de enfrentar essas tempestades e, por isso mesmo, sinto que hoje posso distinguir com maior clareza todas as diferentes conclusões a que fui chegando nessa trajetória de auto-conhecimento e busca pela verdade.

Hoje, se me perguntam o que penso desse tom niilista que cultivava antes, e que me tornava uma pessoa muito mais destrutiva e sarcástica, eu respondo que ele jamais deveria ser abandonado, pois niilismo, romantismo, paixão, morbidez, tragédia, comédia, tudo isso deve ter o seu devido espaço, seja na arte, seja no humor, seja até em certos momentos da vida em que podemos nos entregar ao caos. Mas o contrário de tudo isso também deve ser valorizado, pois, longe de significar a extinção desses sentimentos turbulentos, é justamente ele que lhes dá um sentido maior e mais preciso. 

Se tem algo em que acredito é na dialética, na síntese que permite a coexistência dos opostos, da tese e da antítese. E se antes eu podia cultivar com tanta sinceridade a antítese revolucionária, é porque no fundo do meu espírito eu possuía a tese conservadora, a qual eu estava começando a perder cada vez mais. Meu grande desafio foi, então, resgatar essa tese das garras de uma cultura que só preza pelo lado negro da vida: a bunda, a cachaça, a preguiça, a malandragem, o sorriso cínico. Isso é o Brasil, e, por viver em um país como esse, é que eu pude ver de forma tão explícita que, toda vez que eu contestava algo, não era por ir contra algum aspecto dessa cultura, mas por realçá-la a um nível que se tornava insuportável até para os meus conterrâneos tão acostumados a essas coisas. Eu era, pois, o mestre da própria brasilidade contemporânea, do próprio cinismo, da própria malandragem, e de tudo que possa ser desagradável, sinistro, nojento, preconceituoso, vexaminoso, cômico, contraditório (e com uma formação assim, não há nada que me espante em termos de sacanagem, ironia e babaquice nonsense).

Afinal, algo que eu sempre detestei foram as máscaras, as camuflagens e as pistas falsas. Se era para ser negativo, jamais me escoraria em justificativas bonitinhas para dar vazão à minha negatividade pessoal. Eu era o revolucionário anarquista por excelência. Não buscava nada, ou melhor, o que eu buscava era precisamente o nada.

Mas chega um momento em que devemos dar chance ao contrário. Nesse caso, chega o momento em que o contrário deve dar chance àquilo próprio de que ele é somente o contrário. E, portanto, o espírito anarquista, revolucionário e niilista deve dar chance ao espírito conservador, ortodoxo e normativo. 

Falarei mais sobre como se deu a elaboração dessas idéias, dessa dialética (que, para não causar confusão a ninguém, já antecipo que muito difere da dialética hegeliana, por exemplo). Por enquanto, só deixo registrado que a criação deste blog foi muito mais um esforço de adequação formal do conteúdo que vinha sendo desenvolvido no blog anterior, 'Destrurir', já desde o final de 2011. Desse modo, nada mais apropriado do que mudar a apresentação de uma página que se propõe a um objetivo como esse, seja na uniformidade temática do conjunto de seus textos, seja até no título e no layout.

Com esse novo blog pretendo continuar o nobre (e, hoje, tão necessário) trabalho de combate ao pensamento esquerdista. Alguns textos do antigo blog serão aqui revividos, sempre com aviso. O importante é que agora só irei oferecer aos leitores aquilo que considero a base de todo o pensamento mais verdadeiro e seguro possível, que coincide justamente com o panorama do pensamento conservador.


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